• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Como escalar seu negócio sem cair na estatística do fracasso

Crescer é possível mas sustentar o crescimento exige estrutura, processo e gente preparada

Mais de uma em cada três empresas que movimentaram o mercado formal encerraram as atividades nos quatro primeiros meses de 2025. Segundo o boletim oficial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), foram abertas 1.815.912 empresas no 1º quadrimestre de 2025 — um crescimento de 24,4% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, 973.330 empresas foram fechadas, o que representa cerca de 35% do total de movimentações empresariais no período.

A oportunidade existe — mas é para quem se prepara. O número é reforçado por outras estatísticas preocupantes. No comércio, a taxa de mortalidade empresarial chega a 30,2% em até cinco anos, segundo o Sebrae. E o setor industrial, que tem avançado na direção do varejo próprio, também enfrenta dificuldade para manter eficiência na ponta — especialmente quando o crescimento não é acompanhado de ajuste operacional.

Apesar disso, o mercado continua crescendo: o varejo acumula alta de 2,3% em 2025, o franchising saltou 14,2% no 2º trimestre e mais de 1,8 milhão de empresas foram abertas apenas no quadrimestre. A oportunidade existe — mas o risco de entrar para a estatística dos que não sustentam o crescimento também.

Esse cenário é desafiador, segundo economistas. A manutenção da Selic em 15% ao ano, determinada pelo Banco Central, tem restringido o acesso ao crédito e encarecido o capital necessário para novos investimentos. Com o dinheiro mais caro, empresas enfrentam mais obstáculos para tirar projetos de expansão do papel — especialmente aquelas que dependem de financiamento para crescer.

Além disso, 63% das empresas varejistas no Brasil relataram, em 2025, que o crédito caro é uma barreira concreta à expansão, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os bancos também têm adotado maior cautela na concessão de crédito, diante do aumento da inadimplência e das incertezas macroeconômicas.

Com projeções modestas de crescimento do PIB entre 1,9% e 2,4% e um consumo ainda instável, o ambiente impõe mais exigência a quem deseja expandir. O custo do erro nunca foi tão alto.

“A sua empresa está preparada para crescer? A resposta a essa pergunta pode depender das condições do seu planejamento de expansão, que precisa considerar a fundo a estrutura, os processos e as pessoas para garantir o êxito”, afirma Guilherme De Cara, sócio-diretor da Cherto Consultoria.

“Expandir é o sonho de praticamente todo empresário. Toda empresa pode e deve expandir, mas só depois de analisar com cuidado se há estrutura, processos e pessoas para sustentar esse movimento. A expansão não começa pela decisão de abrir franquias ou filiais, mas por uma análise criteriosa da operação atual. Sem isso, o crescimento pode virar um risco.”

Com experiência prática em projetos de crescimento — desde indústrias que migraram para o varejo (como Bauducco, Havaianas e Hope) até redes de serviços, saúde, alimentação e tecnologia — Guilherme destaca que o erro mais comum é escalar antes de estruturar, e planejar.

“Empresas médias muitas vezes crescem no susto. Escalam antes de padronizar. Contratam antes de treinar. Expandem sem saber se o modelo funciona fora da sede. Isso custa caro — financeiramente e na reputação”, diz.

Além da operação, a formação de equipes consistentes é outro gargalo crítico para quem deseja crescer.

Guilherme propõe quatro pilares práticos para diferentes setores — do comércio à indústria:

1. Validar o modelo atual — Margem, processos e entrega: só o que é consistente pode ser replicado com sucesso.

2. Escolher o modelo certo para o estágio da empresa — Nem toda operação está pronta para franquia. Em muitos casos, a melhor rota é canal próprio, sócio-operador ou desenvolvedores de área e tantos outros.

3. Criar uma equipe específica para expansão — Não se escala com o mesmo time que opera a sede. É necessário formar lideranças, preparar multiplicadores e estruturar uma retaguarda.

4. Construir cultura replicável e processos documentados — Sem uma cultura clara, a identidade da marca se dilui; sem processo, o crescimento desorganiza.

“Crescimento deixou de ser impulso. Agora é prova de prontidão operacional. Crescer amplia o que funciona — e o que falha. Se a empresa avança sem base sólida, a falha aparece na primeira unidade nova. E em um ambiente com juros altos, mão de obra instável e crédito escasso, esse erro custa mais do que nunca”, resume Guilherme.

Num país em que mais de 970 mil empresas encerraram atividades em quatro meses, crescer com estratégia, método e consistência passou a ser um diferencial competitivo — e não mais uma escolha. A oportunidade existe — mas é para quem se prepara.