• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Dividendos ou juros sobre capital próprio: qual o melhor para empresas e investidores

A forma de distribuir os lucros pode influenciar o caixa das empresas e o valor de quem investe

Com a volta da taxação de dividendos, prevista para começar em 2026, uma dúvida antiga voltou a circular entre investidores e empresas: afinal, o que muda entre dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP)?

A forma de distribuir os lucros pode influenciar tanto o caixa das empresas quanto o rendimento líquido de quem investe. Embora ambos sirvam para remunerar o acionista, dividendos e JCP impactam de formas diferentes a tributação, a contabilidade e até a estratégia financeira das empresas.

Mais do que pensar em “qual é melhor”, entender essas diferenças ajuda a enxergar como cada tipo de provento afeta o retorno final. Saiba mais a seguir.

O que são dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)

Dividendos e juros sobre capital próprio são formas de distribuir os lucros de uma empresa, e cada um funciona de um jeito diferente.

No caso dos dividendos, a companhia repassa aos sócios depois de pagar todos os impostos sobre o lucro. Já o JCP é uma remuneração sobre o patrimônio líquido paga aos acionistas, exatamente como diz o nome, e esse valor é uma despesa dedutível, que reduz o Imposto de Renda (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Como funciona a tributação de cada um

Nos dividendos, o acionista recebe o valor limpo, sem precisar recolher nenhum imposto depois. Esse modelo é vantajoso para quem investe, mas não traz benefício fiscal para a empresa, pois o pagamento não reduz a base de cálculo dos tributos.

O contrário acontece com o JCP: primeiro a companhia paga os acionistas e depois faz a dedução desse valor do lucro tributável, diminuindo assim o IRPJ e a CSLL. Por outro lado, o investidor tem retenção de 15% de IR na fonte, o que reduz o valor líquido que cai na conta.

Exemplo:

Imagine que uma empresa tenha R$ 10 milhões para distribuir. Se ela optar por dividendos, terá que deduzir IRPJ (25%) e CSLL (9%) desse valor antes de repassá-lo aos acionistas, o que resultará em R$ 6,6 milhões líquidos.

Mas se escolher JCP, os R$ 10 milhões serão tributados somente na pessoa física, à alíquota de 15% de Imposto de Renda.

Dividendos ou JCP: o que muda para as empresas e para o investidor

A escolha entre dividendos ou juros sobre capital próprio também é parte de uma decisão estratégica de gestão financeira.

Do ponto de vista prático, o JCP afeta diretamente o resultado e o caixa, pois ele reduz o lucro tributável, já que é lançado como despesa financeira. Mas essa vantagem tem limitações legais, como a Taxa de Longo Prazo (TLP) e o valor dos proventos, que não pode ultrapassar 50% do lucro líquido do período ou 50% dos lucros acumulados e das reservas de lucros da empresa.

A TLP define o percentual máximo que a empresa deve aplicar ao patrimônio líquido para calcular o valor a distribuir. Quando ela está em alta, o teto do JCP também sobe e a dedução fiscal é maior; e quando está em baixa, a dedução reduz e as empresas voltam a priorizar dividendos.

Isso explica por que as empresas listadas na bolsa alternam períodos de distribuição de dividendos e JCP. Cenário de juros, limites legais e vantagens fiscais entram na conta da otimização de capital.

Para o investidor, o JCP pode parecer sempre desvantajoso à primeira vista, pelo imposto que a pessoa física precisa recolher. Mas não é exatamente isso o que acontece na prática, pois muitas empresas acabam dividindo com o acionista a economia tributária com JCP mais altos do que dividendos.

Basta voltarmos ao exemplo anterior: os R$ 10 milhões virariam R$ 6,6 milhões se fossem pagos via dividendos, e R$ 8,5 milhões se a opção fosse pelo JCP.

Para visualizar melhor essas diferenças e entender como cada formato impacta empresa e acionista, veja o quadro-resumo com as principais características de cada um:

Aspecto Dividendos Juros sobre capital próprio (JCP)
Origem dos recursos Distribuição do lucro líquido após impostos Calculado sobre o patrimônio líquido antes dos impostos
Tratamento contábil Não é despesa dedutível É despesa financeira e reduz o lucro tributável
Tributação para o investidor Isento de IR para pessoas físicas (até 2026) 15% de IRRF
Tributação para a empresa Sem dedução fiscal Dedutível no IRPJ e CSLL, gerando economia tributária
Limites legais Sem limites específicos Limitado a 50% do lucro ou das reservas de lucros, e calculado com base na TLP
Impacto no caixa Reduz o caixa após o pagamento dos tributos Reduz o caixa antes dos tributos, melhorando o resultado líquido
Perfil de uso Preferido por empresas que buscam simplicidade e previsibilidade Usado por companhias lucrativas e maduras, que aproveitam o benefício fiscal
Perspectiva com a reforma tributária Pode ser tributado a partir de 2026 Pode ser extinto se o texto da reforma for mantido
Vantagem principal Simplicidade e isenção para o investidor Eficiência fiscal para a empresa e possível ganho líquido maior
Ponto de atenção Sem benefício fiscal para quem paga Sujeito a limites e dependente da TLP para cálculo da dedução